sábado, 19 de dezembro de 2009

IV SEMANA DE ADVENTO

Querido Pai Natal,
Aqui estou eu mais uma vez para te fazer o meu pedido de natal. Eu não sei muito bem o que te pedir, por isso, tive que vir à procura e aqui estou eu sentado no shopping num daqueles bancos que estão espalhados pelos corredores. Não precisei de muito tempo para começar a ver pessoas carregadas com sacos cheios de embrulhos e crianças a apontarem aos pais constantemente as montras. Estão todos preocupados em comprarem alguma coisa para oferecer neste natal aos que lhes são mais próximos ou àqueles de quem não nos podemos esquecer. Fica sempre bem, não é pai natal? Todos estão preocupados em arranjar qualquer coisinha, bonita de preferência, para depois no natal poderem retribuir uns aos outros.
Estive a assistir a este cenário, até que, decidi ir a uma loja ver o que se passava lá dentro. A loja estava cheia; as prateleiras convidavam a pegar nas coisas, a música ambiente era de natal, nos preços havia letreiros que diziam: “o mais barato”; uma loja perfeita. Enquanto vagueava pelos corredores da loja, dei comigo a ouvir conversas entre as pessoas que só falavam nas prendas que já tinham comprado e nas prendas que ainda tinham que comprar. No entanto, houve algo que me chamou a atenção no meio daquela confusão de toda de prendas para um lado e para outro. Sabes o que foi pai natal? Foi um adolescente, não teria muito mais que catorze ou quinze anos, que virado para a sua mãe dizia: “Isso não, eu não me identifico, ele também não vai gostar”. Ele repetia constantemente até que a mãe já irritada com ele pergunta-lhe: “Mas afinal, que prenda tu lhe queres dar?” Ele olhou para a mãe com os olhos cheios de água e a soluçar: “Não lhe quero dar nenhuma prenda. Quero-lhe dar um presente…” Devias ter visto a minha cara quando ouvi aquilo. Todos os meus músculos faciais moveram-se de forma a formarem um sorriso rasgado; os meus olhos ficaram também cheios de água de tanta felicidade que tinha dentro de mim; vi-me obrigado a sair da loja. Aquele rapaz fez luz dentro de mim; fez-me compreender o que eu queria para este natal. Ele disse-me qual devia ser o meu regalo para comigo mesmo.
Desculpa pai natal mas já não preciso de ti. Eu descobri qual é o regalo que quero e como o conseguir… Nas palavras daquele adolescente eu descobri a diferença entre dar uma prenda e um presente. Onde é que eu tinha a cabeça para ainda não ter percebido que o oferecer uma prenda ou um presente, parte sempre da pessoa que dá e nunca da pessoa que recebe… Sempre que regalo alguém com uma prenda, fico preso a uma lógica egoísta: “Eu dei, agora tenho que ser retribuído”. Fico preso a esta lógica e caso não seja retribuído, fico muito provavelmente chateado e desapontado. Quando regalo alguém com um presente, faço-me presente junto dele. Pouco me importa se vou ser retribuído ou não; o que importa é que eu me quis fazer presente junto daquele a quem eu acabo de regalar. Eis aqui o grande segredo que muda tudo quando oferecemos a alguém uma prenda ou um presente. Eu não quero ficar preso a esta lógica do “toma lá” e fico à espera do “dá cá”… Quero sim começar a viver do fazer-me presente.
Neste natal, pai natal, já não preciso de ti. Neste natal em que tudo me entra pelos olhos e me chama a ser igual a todos os outros, eu quero ser diferente; eu quero ser como aquele adolescente que se quer fazer presente; quero que o meu natal seja diferente. Quero fazer-me presente neste natal, junto de todos os que amo. Quero neste natal, oferecer como presente a minha vida aos que me rodeiam. Como? Ainda não sei.
Afinal até sei. Tudo o que preciso está dentro de mim: as palavras, os gestos, as expressões, as letras; tenho como me fazer presente; tenho como me fazer presente e com eles viver o mistério do natal.
Quero que as pessoas sintam a minha presença neste natal. Não só neste natal. Sempre. Quero com o meu presente, tornar-me presente sempre; quero que sempre que recordem o meu presente me sintam lá, junto deles.
Este é o meu desejo para este natal. Este é o meu próprio presente de natal. Não sei se será o desejo de mais alguém. Talvez seja… É de certeza pelo menos do meu “amigo” do shopping.
Obrigado “amigo”. Sem saberes o meu nome e sem mesmo tu o saberes, deste-me um presente antecipado neste natal. Foste o meu pai natal.
Pai natal, desculpa eu estar a dizer-te estas coisas todas mas quem sabe se podias distribuir esta carta pelas casas onde vais este natal… Uma coisa eu sei; o natal de muitas casas podia ser mais rico, a felicidade podia ser maior. Tenho a certeza que em muitas casas apesar de a árvore ter menos prendas, a casa estaria muito mais cheia, estaria com muitas mais presenças.
Entendes-me, não entendes pai natal? Eu já não preciso de ti pai natal mas há ainda quem precise de encontrar um pai natal na sua vida.
Bom Natal.
PS: Já me esquecia de dizer uma coisa: não passes cá por casa; vai a outra casa que precise mais de ti. Agasalha-te bem. À noite faz frio e tu já não és um jovem.
Bom Natal outra vez.
Luís Sousa

sábado, 12 de dezembro de 2009

III SEMANA DE ADVENTO

Hoje, somente hoje, procurarei viver bem todo o dia, sem querer resolver todas as coisas e de uma só vez.

Hoje, somente hoje, terei o máximo cuidado com a minha apresentação: vestirei com simplicidade; não levantarei a voz; serei gentil nas palavras e nos gestos; a ninguém criticarei; não pretenderei corrigir ou disciplinar alguém, a não ser a mim mesmo.

Hoje, somente hoje, viverei alegre, na certeza de que fui criado para ser feliz, não só no outro mundo, mas também neste.

Hoje, somente hoje, adaptar-me-ei às situações de vida, sem pretender que as coisas e os outros se adaptem sempre a mim.

Hoje, somente hoje, dedicarei dez minutos do meu tempo a uma boa leitura, tão necessária como o pão para a boca.

Hoje, somente hoje, realizarei uma boa acção e não o direi a ninguém.

Hoje, somente hoje, farei algo que não gosto de fazer, e se me sentir ofendido nos meus sentimentos, farei que ninguém o perceba.

Hoje, somente hoje, organizarei um programa de vida e tomarei cuidado com dois defeitos: a pressa e a indecisão.

Hoje, somente hoje, acreditarei que a boa providência de Deus se ocupa de mim, como se não houvesse mais ninguém no mundo.

Hoje, somente hoje, não terei medo de apreciar o que é bonito e de acreditar na bondade de Deus, presente em todas as coisas e escondida no coração de todos.
Hoje VOU REZAR!

sábado, 5 de dezembro de 2009

II SEMANA DE ADVENTO (1 Parte) - E NÓS... ESTAMOS DISPONÍVEIS?

II SEMANA DE ADVENTO (2 Parte) - Foste um bom robot hoje?

Quinze de Outubro de dois mil e quatro, são oito horas e como todos os dias estou no autocarro a caminho da faculdade. Tal como tantas outras manhãs vejo as mesmas pessoas, ouvem-se conversas de “entreter” que não colocam ninguém em causa. Como tantas outras manhãs entro e saio do autocarro nas mesmas paragens e as mesmas pessoas viajam comigo, lá de vez em quando aparece uma nova no entanto, ninguém lhe presta atenção, a não ser que esteja a incomodar, estamos tão preocupados com a nossa vida que não temos tempo para olhar à nossa volta. Esta manhã tudo se preparava para ser mais uma viagem como todas as outras, engano o meu... Ao olhar pela janela, do meu já conhecido autocarro, deparo com um “livro de parede” onde várias inscrições estavam presentes, de entre uma delas uma chamou-me à atenção: “foste um bom robot hoje?”. Vim o resto da viagem a pensar nesta questão, questão que não devia estar só inscrita numa parede mas em letras bem grandes às portas das nossas escolas, shopping’s, trabalhos, etc. O dia ainda agora começou e tenho todo o dia pela frente. Está nas minhas mãos ser um robot ou ser uma pessoa relacional, disposta a quebrar a norma, o método do dia a dia com o objectivo de me relacionar para assim crescer. Ao olhar para “ontem” dou conta que fui um robot exemplar: levantei-me, vim para a faculdade, fiz todos os trabalhos propostos e fui dormir. Ao olhar para “ontem” dou também conta que podia ter sido uma pessoa relacional, não é que não o tenha sido mas bem de certo que podia ter procurado sê-lo mais, em vez de estar à espera das oportunidades podia eu tê-las criado. Logo, ao ir para casa, quero poder dizer um “NÃO” bem grande à questão que o “livro de parede” me coloca. Tenho a certeza absoluta que não vai ser fácil, vou ter que lutar contra muitas pessoas, remar contra a maré. Tenho a consciência absoluta que tudo à minha volta me vai levar para o método robótico. Poucas vão ser as pessoas que como eu querem ser diferentes, que querem tal como eu poder dizer “NÃO” ao “robotismo” que a sociedade de hoje nos coloca. Todos nos fartamos de queixar de como o mundo e a nossa sociedade actual está; no entanto, são poucos os que têm a coragem para olhar a vida de frente, olhos nos olhos e dizer: eu não vou ser mais um robot, vou começar a ser diferente. Volto a dizê-lo: “eu sei que não vai ser fácil” mas também quem quer ter uma vida fácil nunca vai chegar a viver, vai sim existir para o mundo pois tem que se adaptar, moldar e acima de tudo calar mesmo quando todo o seu ser diz o contrário.
Vamos ser olhados com olhares menos apropriados por quem nos rodeia pois vamos ser diferentes e os diferentes raramente são bem vistos, eles têm a capacidade de pôr a descoberto os defeitos e as imperfeições da sociedade onde vivem, não que o façam de propósito mas a sua diferença no modo de viver leva os demais a fazerem uma avaliação do como estão a viver ou a existir... Não quero ser mais chamado de robot; quero sim começar desde já a ser uma pessoa relacional, disposta a viver cada dia com o objectivo de não ser mais uma máquina mas alguém que se preocupa com o outro que está ao seu lado, de me fazer próximo de quem me rodeia. Assim minha vida ficará muito mais enriquecida pois a vida do outro é um meio privilegiado para o meu enriquecimento; não voltarei a ser o mesmo após cada contacto com cada pessoa, serei muito mais rico, não numa riqueza de bolso mas numa riqueza de coração, a minha vida passará a ser o meu “eu” e o “eu” de outras pessoas também. Sou incapaz de falar a todo o mundo mas tenho a possibilidade falar a quem me rodeia, a ti. Não posso querer mudar o mundo todo mas tenho o dever de me mudar a mim.
Quem sabe se de hoje a amanhã mais alguém dá conta que o importante na vida não é ser um robot mas sim uma verdadeira pessoa relacional...
Quem sabe se o “livro de parede” é lido por mais alguém como eu...
Quem sabe se amanhã seremos dois a gritar “NÃO” com a nossa vida ao “robotismo”...
Quem sabe...

sábado, 28 de novembro de 2009

I SEMANA DE ADVENTO (1 Parte) - DEUS VIRÁ!

I SEMANA DE ADVENTO (2 Parte) - O Lago

Não deves recusar o esforço, porque ele é um caminho. Num lugar que terás de descobrir – que fica sempre alto e longe – existe para ti uma lagoa meio escavada na rocha, com relva muito verde em parte das margens e cantos alegres de pássaros calmos. Encontram-se lá os que amas, fortes e generosos. Sorridentes. Há sol e também a sombra de altas árvores. Por cima, apenas o céu, à distância de um último salto. Não é um destino inevitável, mas um lugar onde és esperado e que podes, ou não, alcançar, conforme a medida do teu desejo. Só quando lá chegares terás alcançado toda a tua envergadura. Só lá te encontrarás contigo mesmo. Existes para chegar a esse lago. Os teus olhos são capazes de pousar nas suas águas limpas, que reflectem já o céu que lhes há por cima. Não se pode querer mal aos caminhos que conduzem a lugares assim, embora sejam escarpados e se torne impossível evitar ferimentos e cansaços quando se segue por eles. Se o teu desejo de chegar for grande, nenhum esforço te parecerá demasiado penoso. E, embora vás a caminho, terás sempre contigo qualquer coisa que é já de ter chegado. Talvez uma certa forma de olhar, resultante daquela luz que se acende por dentro quando nos pomos a caminho dispostos a tudo o que aparecer. E nem haverá problema se a morte te encontrar assim, ainda no gesto de subir: já tens em ti o teu lago, na imagem dele que te fez partir. Não deves recusar a dor, porque ela te constrói, te marca os limites e te faz crescer por dentro dos teus muros. Sem ela, não passarias de um projecto do homem que hás-de ser. Ela edifica-te os músculos, a cabeça e o coração, e não existe outra maneira de chegares a ser aquilo que deves vir a ser. Se não sofresses não haveria ninguém dentro de ti. No cumprimento sério dos teus deveres, encontrarás a dor na forma de esforço e de cansaço. Mas pode muito bem ser que, tarde ou cedo, ela te procure sem disfarces e te faça chorar. É frequente que ela se apresente assim, numa nudez que parece cruel e faz lembrar facas ou agulhas. Nem por isso te deves assustar ou desistir. Quando te parecer que tudo está perdido, ri-te, se puderes. É que te estão a oferecer um degrau que te deixará incomparavelmente mais acima no caminho. Deves ver nisso o sinal de que – por qualquer razão – é tempo de andares depressa. Sobretudo, não te queixes. Há assim metamorfoses que parecem aniquilar, mas não passam de formas de fazer surgir a borboleta. Não te queixes, porque receberás umas asas e cores novas. O teu lago – de onde de tão perto se pode olhar o céu – tem um preço que tu saberás dar e não é tão grande assim.
Paulo Geraldo

sábado, 21 de novembro de 2009

E se...

CAMINHO DEVO ESCOLHER?


Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, pois o mundo pertence a quem se atreve, e a vida é MUITO para ser insignificante!!!

sábado, 31 de outubro de 2009

Obrigado


Obrigado porque tiveste na tua vida um lugar para a minha vida, renunciando a tantas coisas boas que poderias ter saboreado. Porque – mais do que isso – fizeste da tua vida um lugar para a minha. E de muitas maneiras morreste para que eu pudesse viver. Porque não eras corajosa, mas tiveste a coragem de embarcar numa aventura que sabias não ter retorno. Porque não fizeste as contas para avaliar se a minha chegada era conveniente: abriste simplesmente os braços quando eu vim. Porque não só me aceitaste como era, como estavas disposta a aceitar-me fosse eu como fosse. Obrigado porque não te deixei dormir e estavas sorridente no dia seguinte. Porque foste muitas vezes trabalhar com manchas de leite na blusa. Porque me acalmaste dizendo “não chores, filho, que a mãe está aqui”, e estar no teu colo era tão seguro como dormir na palma da mão de Deus. Obrigado porque é pensando em ti que posso entender Deus. Obrigado porque não tiveste vergonha de mim quando eu fazia birras nos museus, ou me enfiava debaixo da mesa do restaurante porque queria comer um gelado antes da refeição. E porque suportaste que eu, na adolescência, tivesse vergonha de que os meus amigos me vissem contigo na rua. Obrigado porque fizeste de costureira e aprendeste a fazer bolos. Porque fizeste roupas e máscaras para as festas da escola. Porque passaste uma boa parte dos fins-de-semana a ver jogos de basquet, futebol, provas de natação, actuações de ballet – para quando eu perguntasse “viste-me, mãe, viste-me?” – pudesses responder com sinceridade e orgulho “é claro que te vi!”. Obrigado pelas lágrimas que choraste e nunca cheguei a saber que choraste. Obrigado porque ralhaste comigo quando me portei mal nas lojas, quando bati os pés com teimosia, quando “roubei” batatas fritas antes de o jantar estar servido, quando atirei a roupa suja para um canto do quarto. Obrigado por me teres mandado para a escola quando não me apetecia e inventava desculpas. E por me teres mandado fazer tarefas da casa que tu farias bem melhor e muito mais depressa que eu. Obrigado por teres querido conhecer os meus amigos, e por todas as vezes que não me deixaste sair à noite sem saberes muito bem com quem ia e onde ia. Obrigado porque eu cresci e o teu coração parece ter também crescido. Porque me deste coragem. Porque levantas a cabeça – mesmo sabendo que eu estou muito longe – quando vais na rua e ouves alguém da multidão chamar: “mãe!”. Obrigado por guardares como tesouros os desenhos que fiz para ti na escola quando era o Dia da Mãe. Obrigado…
Paulo Geraldo

sábado, 24 de outubro de 2009

O Lápis...

Era uma vez um menino que olhava para a avó a escrever uma carta. A certa altura, perguntou:
- Avó, estás a escrever uma história que aconteceu connosco?... E por acaso é uma história sobre mim? A avó parou de escrever a carta, sorriu, e comentou com o neto:
- Estou a escrever sobre ti, é verdade. Entretanto, mais importante do que as palavras, é o lápis que estou a usar. Gostaria que tu fosses como ele, quando crescesses. O menino olhou para o lápis, intrigado, e não viu nada de especial.
- Mas ele é igual a todos os lápis que vi na minha vida!
- Tudo depende do modo como tu olhas as coisas. Há cinco qualidades nele que, se conseguires mantê-las, serás sempre uma pessoa em paz com o mundo.
Primeira qualidade:
- Podes fazer grandes coisas, mas não deves esquecer nunca que existe uma Mão que guia os teus passos. A essa mão nós chamamos Deus, e Ele deve conduzir-te sempre em direcção à Sua vontade.
Segunda qualidade:
- De vez em quando eu preciso parar de escrever e usar o afia-lápis. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas no final, ele está mais afiado. Portanto sabe suportar algumas dores, porque elas te farão ser uma pessoa melhor.
Terceira qualidade:
- O lápis permite sempre que usemos uma borracha para apagar aquilo que estava errado. Entende que corrigir uma coisa que fizemos não é necessariamente algo mau, mas algo importante para nos manter no caminho da justiça.
Quarta qualidade:
- O que realmente importa no lápis não é a madeira ou a sua forma exterior, mas o grafite que está dentro. Portanto, cuida sempre daquilo que acontece dentro de ti.
Finalmente, a quinta qualidade do lápis:
- Ele deixa sempre uma marca… Da mesma maneira, sabe que tudo o que fizeres na vida, irá deixar marcas, procura ser consciente de cada acção que fizeres.

Eu Sei...